
Vivemos a cada 3 meses um ciclo que a Mãe Natureza nos presenteia. Cada uma das estações do ano tem sua beleza ímpar. No hemisfério Norte, nesse período de 23 de setembro a 22 de dezembro a estação do outono traz uma beleza que inspira.
É o momento de cores terrosas nas folhas que já estiveram verdes, já cumpriram sua função da fotossínteses com a irradiação da luz solar intensa e que agora vão se proteger de outra forma.
É magnífico entender como a natureza é sábia! Agora que sol está mais fraco, com menos luminosidade e energia, as folhas ficam amareladas, avermelhadas. Elas entendem isso e não necessitam “trabalhar” mais agora. Elas se “aposentam”. Sabem que estão ficando velhas, que em outro momento novas colegas de trabalho vão chegar com todo o vigor e por isso se recolhem, se resguardam.
A volta à terra, ao caírem do seu galho, trazem uma nova e alegre contribuição à natureza: adubam a terra e permitem que as pessoas se divirtam ao andar sobre elas que agora fazem ruídos ao serem pisadas. É uma linda orquestra colocada aos nossos pés quando passeamos por parques e ruas nessa época do outono na Europa.
As cores quentes das folhas velhas aquecem nossos corações pelas emoções que transmitem de parecerem as mães sábias. Vermelho sangue circulando, amarelo sol que energiza, marrom que tem na terra que nos alimenta com suas plantações, o laranja que aguça nossa inteligência. São todas cores muito propícias para as árvores nesse momento de ciclo vida-morte. Morrer para renascer, para vir o novo. Através de fotos também podemos sentir essa captura de sensações. Quem nunca pisou em folhas secas e se divertiu? Quem nunca pegou folhas secas para guardar em seu caderno de recordações ou registros de viagens? Mas é preciso ter um olhar acolhedor, sensível e também criativo para contemplar aquelas folhas e imagens e sonhar, viajar pelos caminhos que um dia foram verdejantes e agora estão anunciando outro período.
Dá muita vontade não só de registrar o momento com fotos, como fazer uma pintura. Os impressionistas faziam isso: registravam a impressão do momento. E foi isso que eu fiz! A partir das fotos da Cris desse outono na Itália, mais especificamente de Campalto, em Veneza, Veneto que busquei através da aquarela “tentar” reproduzir o que a natureza nos mostra com sua beleza. Mereceu um olhar cuidadoso e carinhoso para cada parte daquelas árvores que ficam adornando o caminho no parque.
Falo de um trecho de alamedas de árvores com tons avermelhados que estão no parque San Giuliano. Um antigo lixão que deixou de existir em 2003 e que agora abriga várias atividades esportivas além de dar de volta à mãe natureza essa terra que era dela e que estava sendo muito mal usada. Claro que o solo ficou danificado com tantos gases tóxicos mas que já pode se apreciar muita vegetação e lagoas mesmo com dificuldades para se desenvolverem porque a terra ainda está “doente” o cenário hoje é lindo.


