Durante sua viagem ao norte da Itália, em 1910, Carl Gustav Jung encantou-se com a região e fez uma visita mais demorada na cidade de Ravenna. Esteve no Mausoléu de Galla Placidia, imperatriz romana, esposa de Constâncio III.

Vinte anos mais tarde, ele volta à Ravenna e novamente a visita causa-lhe um estranhamento. Fica fascinado com os mosaicos que revestem o interior do Batistério, do Mausoléu e da Igreja Católica. Todas essas construções tem um exterior muito simples que contrasta com o luxo da decoração interna. Dentro, todo o espaço é decorado com mosaicos magníficos. São cenas religiosas e vários personagens que se misturam entre o Imperador e o Cristo. Todas as paredes são decoradas com pequenas téssalas de vidro e esmalte colorido e algumas partes revestidas de ouro.

Os mosaicos de Mausoléu da Imperatriz romana são os mais antigos de todo sítio histórico de Ravena. Em seu livro “Memórias, Sonhos e Reflexões “, Jung relata sobre esse tour pela cidade italiana, descrevendo cada local que percorreu.
Diz ele: “Essa experiência de Ravenna é uma das ocorrências mais singulares da minha vida” (p. 285).
As sensações que a arte musiva lhe causou acabaram influenciando algumas de suas produções artísticas que ilustram os textos e diálogos do Livro Vermelho.
Eu e a Cris tivemos a oportunidade de fazer a visita à Ravenna em janeiro de 2020. Seguimos o tour oficial da Arquidiocese de Ravenna, entidade responsável pela custódia e recepção turísticas aos monumentos reconhecidos pela UNESCO com os mosaicos bizantinos.
