A MINHA CASA É O MEU REFÚGIO

Desenho em nanquim por Cris Piloto

Eu vivi a experiência de não ter residência fixa por dois anos. Me mudei algumas vezes sempre com contratos temporários em lugares muito confortáveis, mobiliados e com identidade própria. Quando a pandemia chegou, eu estava nessa transição casa x lar. Cada ângulo, canto e espaço ganhou uma nova dimensão aqui dentro desse espaço que chamamos de casa. Novos significados foram chegando e se apropriando. Não só no conforto de ter um lar, um espaço para viver bem e com aconchego, água quente, uma bela mesa de refeições e lençóis limpos. Mas também para produzir, compartilhar e valorizar dentro desse espaço uma janela, o meu portal para todo o mundo que neste momento é apenas através desta tela. Tantas vezes eu quis estar em outro lugar, além-mar, vivendo outros espaços, sabores, companhias e conversas. Mas é aqui que eu estou! Foi – e está sendo – esse o meu refúgio para me proteger, fortalecer e aprender a cuidar desse espaço que nos acolhe neste momento! É aqui que eu ‘pousei’ e ‘repousei’ e que aos poucos me fortaleço, dentro de casa, literalmente!. Eu aprendo e reaprendo a cada dia a valorizar o espaço, a encontrar novos ângulos, a me tornar mais íntima das coisas que às vezes podem ter sido esquecidas em tantas idas e vindas. Para mim, esse olhar para dentro e estar do lado de dentro me fez aguçar outros sentidos e dar novos sentidos para cada objeto, lembrança, planta e local de trabalho. A minha casa é o meu refúgio, a minha casa é onde o meu coração e mente estão e é onde eu fortaleço as minhas raízes mais profundas de mim mesma. (Cris Piloto)


“Lar Doce Lar!”
É assim que eu gosto de chamar a Minha Casa.
Minha casa é o meu Porto Seguro. É o meu Refúgio.
Os tijolos foram formando as paredes, que são revestidas de amor. Uma camada de amor…
E outra de amor, também.
Em cada canto vejo um pedacinho de mim.
E, assim…
“A CASA É UM SÍMBOLO FEMININO, COM O SENTIDO DE REFÚGIO, DE MÃE, DE PROTEÇÃO, DE SEIO MATERNAL.” (Emília Ramos Teixeira)


Antes da pandemia, eu me sentia bem em casa, mas sempre que possível já estava na rua, arrumava inevitavelmente uma coisa para fazer. Além dos trabalhos, sempre tinha cursos, caminhadas, idas aos shoppings, museus, teatros, cinemas e a última coisa que lembrava para o lazer era ficar em casa.

Eu sempre fui chamada de “rueira”. Meus pais sempre diziam: “Como consegue gostar de tanta rua! Não se cansa!”

Então, como de repente, surge o distanciamento social e a quarentena. Eu entendi prontamente que não poderia sair e internalizei que eu precisava me reinventar e transformar a minha casa em meu grande refúgio contra todos os males que estavam presentes fora do meu lar.

Automaticamente, busquei alternativas para preencher o meu tempo e da mesma forma que fazia antes indo para a rua, eu iniciei minha jornada interna e externa dentro do meu apartamento.

Em poucas semanas de quarentena, eu já me sentia totalmente adaptada ao novo contexto e não pensava na rua como minha companheira diária mas como uma última opção de escolha.

A minha casa virou meu porto seguro junto com a minha família e isso já me bastava. Não fiquei ansiosa para sair. Quando precisava ir em algum lugar, eu pensava várias vezes se realmente não teria outra alternativa e quando necessitava de me deslocar ficava apenas o tempo necessário para realizar a ação pretendida.

Hoje, em minha casa, tenho o meu espaço para o trabalho, para as minhas aulas, para as minhas atividades artísticas e terapêuticas, para o meu espaço de ócio e descanso.

Com toda essa mudança de vida, tenho que declarar que a retomada de minha casa como refúgio foi uma grande conquista. A valorização do meu lar com refúgio é uma grande celebração da minha vida! (Sara)

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