Marise Piloto é Arteterapeuta e Psicopedagoga no Rio de Janeiro. Oferece atendimentos, cursos e supervisões online e é co-criadora aqui do Cola Caco. Marise se considera uma pessoa extrovertida e tem facilidade em lidar com o diferente nas pessoas, aceitar as dificuldades (suas e das pessoas).
Cada semana, um novo texto sobre Arteterapia por Marise Piloto aqui no Cola Caco!
A busca do caminho desconhecido pela imaginação dirigida
Dentro de nós, existe um terreno fértil que está oculto e que necessitamos pisar nele para nos conhecermos melhor. Esse chão, é a terra da psique, a qual conhecemos muito pouco se não a explorarmos. Conhecemos muito mais o que está no mundo externo do que aquilo que existe no nosso inconsciente. Mas, sempre podemos explorar esse terreno mais profundo, tão rico e com tanto conteúdo! É aí, nesse lugar que ainda não exploramos que encontramos os tesouros mais valiosos, cheios de símbolos e mensagens e repleto de energia.
São muitas as formas de buscar conhecer aquilo que ainda está oculto no nosso psiquismo. Podemos começar com os sonhos, buscando compreendê-los e dando significado consciente das suas mensagens. Listar os símbolos que aparecem durante essa viagem onírica, entendendo além do objeto ou pessoas em si, mas o valor simbólico que aquela imagem nos transmitiu é uma das formas mais exploratórias desse mundo subterrâneo.
Uma outra forma de buscarmos esse caminho que é desconhecido, pode ser através de uma imaginação dirigida, onde o terapeuta conduz o pensamento fantasioso do cliente, permitindo que símbolos apareçam espontaneamente.
É através da imaginação dirigida, dessa viagem interna que liberamos o ego de seu controle e permitimos o passeio por lugares diferentes, momentos inusitados, caminhadas vigorosas, buscas de explorações antes não atingíveis, a entrada e saída de ambientes criados.
De um modo geral, iniciamos a imaginação dirigida com uma boa acomodação onde o cliente está. Então, iniciar a direção: fechar os olhos, sentir as partes do corpo (se alguma parte o incomoda então procurar conforto), os pés no chão – se preferir ficar descalço é melhor – sentir a base, as mãos colocadas em cima dos joelhos, uma respiração mais consciente começando com inspiração em três tempos seguida de expiração calma, tranquila. Assim, o cliente já está mais relaxado e pronto para entrar na “viagem”.
Um exemplo de imaginação dirigida é pedir ao cliente para entrar numa tenda, depois dessa preparação anterior, e lá encontrar um baú, mexer nas coisas que estão dentro, pegar um objeto, sair da tenda trazendo consigo esse objeto que chamou sua atenção e caminhar de volta até o espaço que está fisicamente e, lentamente, abrir os olhos. Segue-se uma produção plástica e uma escrita criativa. Aqui a produção do cliente e um trecho da sua escrita.
“O fundo do baú: muitas coisas estão no baú: vestidos, luvas, bengala, chales, fotos… Mas uma coisa só chamou mais minha atenção- um óculos antigo!”
A descrição continua e a partir dessas produções (plástica e literária) muitas descobertas foram sendo feitas e sendo significativas para o processo psíquico consciente desse cliente.